Renata Sousa: a engenheira movida por desafios

Postado em 01/jun/2020

A engenharia é cheia de desafios, mas são poucos profissionais que conseguem usar o desafio como motivação. A engenheira eletricista Renata Sousa com certeza é uma dessas pessoas. Ela destaca que “No meu primeiro semestre de doutorado meus orientadores me deram o desafio de escrever um artigo para uma chamada especial da revista Microelectronics Reliability, revista de nível A2 da minha área. Inicialmente fiquei temerosa, visto que o prazo seria curto e eu estava realizando 3 disciplinas do meu programa de pós-graduação (PPGEE/UFMG). Entretanto, aceitei o desafio e, depois um trabalho árduo, conseguimos submeter o artigo no prazo. Recentemente recebemos o aceite final do artigo, que já está disponível online. ”

O trabalho é intitulado: Minimum voltage control for reliability improvement in modular multilevel cascade converters-based STATCOM, e também é assinado pelos professores Allan Cupertino do CEFET-MG, Lenin Morais da UFMG e Heverton Pereira da UFV.

Segundo o Prof. Allan Cupertino, que também assina o artigo: “Fiquei muito feliz em acompanhar a superação de cada desafio por parte da Renata e os resultados alcançados nesta investigação.”
 Renata ainda destaca que: “este desafio só foi alcançado neste curto prazo, devido a bagagem que venho construindo desde a graduação, a partir da minha entrada no grupo de pesquisa GESEP, com o auxílio dos meus orientadores e companheiros de equipe. Nestes anos consegui adquirir diversos conhecimentos, dentre eles, de escrita acadêmica, análise e exibição de resultados, uso de softwares e metodologias que proporcionaram a realização deste desafio no tempo estipulado. “

 Finalmente em um tom mais tranquilo ela diz: “a partir deste trabalho publicado, me sinto tranquila e incentivada a continuar desenvolvendo meu projeto de doutorado, uma vez que a aceitação deste trabalho em uma revista deste nível demonstra que meu projeto de doutorado caminha no sentido correto e que já está contribuindo com a comunidade científica. Além disso, como este é um dos quesitos obrigatórios para a obtenção defesa da tese de doutorado, já me sinto mais próxima de alcançar este objetivo. Apesar de já ter cumprido este quesito, pretendo contribuir ainda mais à comunidade durante o período do doutorado desenvolvendo e publicando outros trabalhos.”

O Prof. Allan Cupertino não poderia deixar de destacar que “É importante lembrar que existia um desafio adicional: no MMC a definição de um barramento mínimo é mais complexa que em conversores tradicionais. A ondulação de tensão dos capacitores (na faixa de 10 %) geram um impacto significativo nos limites de operação do conversor. ”

Ele descreve um pouco mais sobre a publicação com as seguintes palavras: “A ideia de utilizar a operação com barramento mínimo para aumentar a vida útil de conversores eletrônicos já tinha sido previamente investigada  em inversores para sistemas fotovoltaicos. Neste tipo de sistema, frequências de comutação da ordem de dezenas de kHz podem ser empregadas, e portanto uma pequena redução na tensão barramento c.c. acarreta em uma redução considerável nas perdas de comutação (e consequentemente do estresse térmico) dos semicondutores. Já nos conversores modulares multinível (MMC) a situação é um pouco diferente, uma vez que frequências de comutação relativamente baixas (centenas de Hz) são comumente empregadas. Por outro lado, MMCs tem um elevado número de componentes. Desta forma, pequenos ganhos de confiabilidade em um componente poderiam acarretar em ganhos significativos a nível de sistema. Foi nesta possibilidade que eu acreditava quando o desafio foi proposto para a Renata.”

O trabalho pode ser acessado pelo link:

https://authors.elsevier.com/a/1b8TZ5%7EJAdQPs

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